segunda-feira, 14 de julho de 2008

Morte e Hades

"Na parábola de Lucas 16.23, diz que o rico foi para o 'Hades' e Lázaro para o 'Seio de Abraão'. Gostaria de saber onde se si­tuava um e outro lugar."
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Em primeira instância podemos decla­rar que é impossível situar a localização geográfica destes dois lugares, por se tratar da habitação dos espíritos. Todavia, apresentaremos a posição bíblica analisando ambos, dentro do parâmetro contextual divino "além-túmulo".
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Primeiramente, a palavra "hades", no Novo Testamento, é a transliteração do vocábulo grego "Hades", expressão essa usada para indicar o lugar dos espíritos que se foram daqui, isto é, o submundo. Eqüivale ao termo "sheol".
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Na tradução septuaginta ou LXX, ha­des é a tradução constante do termo hebraico "sheol". Essa dimensão é pintada como lugar que consiste de duas divisões, a saber: uma para os ímpios e outra para os justos. A divisão para os justos também é denominada nos escritos judaicos de "Seio de Abraão" por conotar um lugar de des­canso e tranqüilidade. Equivale dizer que Jesus empregou os termos hebraicos nesta passagem. Assim, tanto faz dizer "Seio de Abraão" (termo hebraico), como "Paraí­so" (termo grego), porque ambos são aná­logos.
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O Paraíso foi arrebatado desde as par­tes inferiores da terra para um lugar situa­do perto do trono de Deus. Esta mudança produziu-se durante a ascensão de Cristo. Esta afirmativa está em concordância com as palavras de Paulo em Efésios 4.8-10, nas quais se refere à descida aos lugares mais baixos da terra, realizada por Cristo, que, na sua subida, "levou cativo o cativeiro". Os mortos em Cristo estão ausentes do cor­po e presentes com o Senhor: 2 Co 5.3. Paulo foi "arrebatado ao Paraíso" indica que o Paraíso foi mudado de lugar. O após­tolo desejava partir e estar com Cristo. Os que morreram em seus pecados estão nas regiões inferiores e somente depois do Mi­lênio eles ressuscitarão (Jo 5.29), a fim de comparecerem diante do Trono Branco, onde serão julgados e receberão a condena­ção eterna, sendo lançados na "Geena", isto é, no lago de fogo ardente, preparado para o Diabo e seus anjos.
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Em segundo lugar concluímos que:
__• A alma sobrevive à morte física.
__• A alma, mesmo depois da morte, con­tinua dotada de consciência, memória e razão.
__• Os justos entrarão em um estado infi­nitamente melhor do que este que ora vivem.
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Finalmente, fazemos nossas as pala­vras do profeta Malaquias: "Então vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio, entre o que serve a Deus, e o que não o serve", Ml 3.18.
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ALMEIDA, de Abraão et al. A Bíblia Responde. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1983.

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